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BIO FABIO SEABRA

Desde moleque já me via envolvido com as cores e formas. Na época havia uma coleção da Abril Editora, chamada História do Brasil, que fazia lançamentos semanais em fascículos, cujos desenhos das capas me fascinavam. Então, pedi a meus pais que comprassem para mim lápis de cor e HB, bloco A4, canetinhas coloridas, guache e até uma coleção de canetas nanquim. Assim, fui levando minha pré-adolescência a copiar cada ilustração das capas dos tais fascículos. Ficava inundado de prazer ao ver uma obra reproduzida, mas não me sentia capaz de criar minha própria obra.

Comecei meus estudos no Curso Técnico de Comunicação da ETEC, porém, tudo mudou quando fui estudar Comunicação Social, na FACHA- Faculdades Integradas Hélio Alonso, e descobri a diversidade cultural brasileira, a possibilidade de me arriscar sem medo ou danos, apenas me expressar.

Meu primeiro estágio foi na ArtPlan, agência que, à época, era a mais concorrida entre universitários da área de publicidade, pois concentrava grandes contas. Nesse momento, começava minha carreira e eu não me dei conta: havia saído das pranchas, papéis milimetrados, papel vegetal, régua ‘T’, lápis e nanquim para entrar na era tecnológica. Fui para a computação gráfica, um desafio... Aqui no Brasil era o início do início desse novo tipo de expressão artística, a ARTE GRÁFICA, muito desvalorizada, mas que, ao longo do tempo, foi ganhando o seu espaço de direito.

Após a ArtPlan, trabalhei por alguns anos na Inffinito Foundation, como Diretor de Arte, onde produzia peças publicitárias que rodaram o mundo através dos festivais de cinema brasileiro promovidos por essa produtora, o Brazilian Film Festival. Foi uma escola de aprendizagem. Ao final dessa parceria, fui trabalhar como responsável pela área de criação da Conceito BR, uma house da Petrobras, onde experenciei, por dois anos, não só a criação de peças publicitárias, mas, também, a criação de conceitos, o que me enriqueceu enormemente.

Quis alçar vôos mais altos e montar meu próprio ateliê, onde arte, publicidade e marketing se entrelaçavam. Trabalhei com grandes artistas criando identidades visuais e conceitos em Cd’s, DVD’s e peças de merchandising. Foram 17 anos onde pude aprender a reunir minhas potencialidades para dar minha ‘cara’ a cada uma delas, minha marca, meu traço! Essa foi minha caminhada até aqui. Hoje faço parte do Blog Eaí?! como Designer, Blogger e colunista, o que muito me envaidece e me torna pleno em minha arte.

As pessoas, que já tiveram a oportunidade de ver o conjunto desse trabalho, acabam por me perguntar o porquê de rostos? Ao que eu respondo que: “um olhar denota, com precisão, a mensagem que cada uma dessas personagens, para mim sagradas, querem passar, o olhar deles é uma das portas para as nossas almas.” Isso associado a cores e simbologias em conjunto com seus elementos particulares, para que nós, humanos, nos sintamos identificados e representados em nós mesmos numa possível associação com nosso sagrado interior.

Talvez, seja uma pretensão, mas, me sinto confortável ao me identificar com uma das formas de Olodumare (Deus), portando me resgatando de mim mesmo. Essa minha “tal pretensão artística” vem de anos de convergência com o universo dos cultos a Orixás na diáspora brasileira, principalmente, das religiões de matriz africana. Refletem os resquícios da oralidade que nos chega através de nossos ancestrais, sobre o nosso sagrado, juntamente com as nossas vitórias e superações contra o preconceito racial e o racismo religioso.Em minha arte, a pretensão das cores e formas é não achar os pontos onde elas se harmonizam e sim, se complementam. Eu aceito esse desafio e vou além: crio, invento, valorizo e as entrego aos olhos de todas as coisas, para que possam amá-las como eu as amo. Aqui me expresso através da minha arte. Me coloco para o Mundo da forma que o vejo. Pratico meus instintos e revelo minhas cores. Fico em harmonia com a vida. Vivo por vontade própria e a propriedade vem do Divino, do respeito ao imperfeito. Do que fica entre a luz e as trevas. Do comum no incomum. Da curva reta. Da solidariedade egoísta. Do fim e do início. Da velha Lua Nova. Do medo corajoso. Do preto que me dá as cores. Dos traços eu quero a expressão. Da arte eu quero a luz. Da vida eu quero é mais….Divirta-se!

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